Coruja

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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

REFLEXÃO SOBRE MACUNAÍMA





A obra apresenta humor e criatividade ao mesmo tempo o uso dos provérbios brasileiros aproximando a língua escrita ao modo de falar. Ao nascer, o protagonista já manifesta sua característica principal, a preguiça, algo depreciativo sob a ótica dos europeus em relação a nossa origem. Por outro lado, nos traz duas linhas de questionamentos: a primeira trata da  figura do “herói sem caráter” que conduz seus atos movidos pelo prazer mundano e  terreno, enquanto a segunda nos proporciona, no personagem Macunaíma, o nacionalismo critico e a reflexão do que é ser brasileiro na figura de um índio.
Assim, vejo como uma obra que busca sintetizar o caráter brasileiro, possibilitando fazer uma leitura que o povo brasileiro não tem traços distintivos  definidos, sendo que naquela época já se fazia uma alusão aos tempos atuais.
Ao analisar  o filme é importante fazer uma ponte para entendermos sob a ótica da educação, onde cabe destacar a importância de saber das nossas origens para entender e trabalhar a questão educacional na atualidade, tal processo deve ser pautado na origem cultural de cada grupo ou povos. No viés dessa colocação temos Durkeim e Paison, ao afirmar que  educação não é um elemento para mudanças sociais, ao contrário, é um elemento fundamental para a conservação e funcionamento do sistema social. Para Dewey e Mannheim, o processo educacional visa modificar o comportamento das pessoas e desta maneira produzir mudanças sociais.  Penso que o processo educacional e o cultural andam atrelados, pois não há que ser falar no primeiro e desprezar o segundo – um justifica a conduto do outro.
Para vivermos democraticamente em uma sociedade multicultural, é preciso respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como, também, por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e que a convivência entre grupos diferenciados nos planos sociais e culturais muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação.
O grande desafio da escola é reconhecer a diversidade como parte inseparável da identidade nacional e dar a conhecer a riqueza representada por essa diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, investindo na superação de qualquer tipo de discriminação e valorizando a trajetória dos grupos que compõem a sociedade.
Pela educação pode-se combater, no plano das atitudes, a discriminação manifestada em gestos, comportamentos e palavras, que afasta e estigmatiza grupos sociais. Contudo, ao mesmo tempo em que não se aceita que permaneça a atual situação, da qual a escola é cúmplice ainda que só por omissão, não se pode esquecer que esses problemas não são essencialmente do âmbito comportamental, individual, mas das relações sociais, e que como elas têm história e permanência.


REFERÊNCIAS:
NOÉ, Alberto. A Relação Educação e Sociedade: Os Fatores Sociais que Intervêm no Processo Educativo. Revista Avaliação. Universidade de Campinas. Campinas, vol. 5. Setembro, 2000.
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Sociedade, Cotidiano Escolar e Cultura(s): Uma aproximação. Educação & Sociedade, ano XXIII, n o 79, Agosto/2002.
MACUNAÍMA. Filme de Joaquim Pedro de Andrade- 1969. Disponível no YOUTUBE.

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