No texto de
abertura, Hilton Japiassu nos fala da compartimentalização dos saberes e da
importância do trabalho integrado.
Os textos são extremamente
importantes porque remete-nos a um período onde as relações de trabalho
começaram a ser modificadas, a Revolução Industrial. Esse movimento levou a
Europa a drásticas mudanças relacionadas as relações de trabalho estabelecidas
entre os donos dos meios de produção e os proletários. No
início da Revolução Industrial, os operários viviam
em péssimas condições de vida e trabalho.
O
ambiente das fábricas era insalubre, assim como os cortiços onde muitos
trabalhadores viviam. A jornadas de trabalho chegava
a 80 horas semanais, e os salários variavam
em torno de 2,5 vezes o nível de subsistência. Para mulheres e crianças,
submetidos ao mesmo número de horas e às mesmas condições de trabalho, os
salários eram ainda mais baixos. A produção em larga escala e dividida em
etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que
cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas
sua produtividade ficava maior.
Tudo
isto se relaciona diretamente com a fragmentação da cultura escolar, pois
quando fragmentada a educação perde muito de sua real capacidade de modificar
as velhas e retrogradas estruturas da sociedade tradicional. Essa fragmentação
foi construída, tendo um objetivo muito claro, o de massificar a sociedade,
fazendo com que ela não enxergue e não compreenda sua real importância no
quadro social. Quando ocorre a fragmentação da cultura, acontece um
estranhamento do indivíduo, que passa a não valorizar qualquer cultura que não
seja a sua, fato que acaba afastando as pessoas, podendo gerar diversos tipos
de preconceitos e discriminação.
Alguns
movimentos que surgiram no século XX, serviram para reafirmar e aprimorar
aquilo que se iniciou com a revolução industrial, a exploração desumana da mão
de obra e a obtenção máxima de lucratividade, é o caso do Taylorismo e do
Fordismo. Frederick Taylor e
Henri Ford reinventaram a sistemática de manufatura. Apesar dos salários
terem aumentado bastante, ainda não condizia com o que era produzido pelos
trabalhadores, e prevalecia a mais valia.
Hoje
existe uma luta para que a interdisciplinaridade e a multidisciplinariedade
imperem nas escolas brasileiras, mas existem muitos movimentos conservadores,
tradicionais, que causam entraves, não permitindo que ocorra a reestruturação e
a democratização da educação do Brasil. Isso ocorre porque alguns grupos, que
tem interesse na estagnação intelectual da sociedade, agem politicamente para
manter essas estruturas antiquadas.
Olá, Tânia. Qual tua experiência no trabalho de interdisciplinaridade e multidisciplinaridade?
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