Coruja

Coruja

quinta-feira, 6 de julho de 2017

QUESTIONAMENTOS SOBRE A NOSSA ATUAL EDUCAÇÃO

Algumas semanas atrás veio aqui na minha casa uma grande amiga minha que é  pedagoga e psicologa, mas atualmente não está atuando, pois esta aposentada e volta e meia ela traz para mim revista sobre assuntos referentes a área de educação, pois sabe que gosto muito de ler sobre isso e  numa dessas revistas  da  Nova escola, me deparei com  Série Especial na qual se discutia os vários Retratos da Exclusão (fevereiro/2014), neste texto o que mais me marcou foi que no Brasil temos 7,5% das crianças entre 4 e 17 anos que não frequentam à escola. Isso significa que no país encontramos um número aproximado de 3.366.299 de pessoas, conforme Pnad de 2012, que se encontram fora da escola, aí fiquei me questionando sobre todos os assuntos abordados e estudados ao longo dos semestres que nós enquanto escola somos tão cobrados pela sociedade, onde precisamos nos aperfeiçoar ir em busca de de nosso objetivos  se queremos continuar  com a nossa profissão, e por que as autoridades do nosso país não fazem questão de ajudar mais  as pessoas  que também possuem sonhos e objetivos na vida.
- Será que  as autoridades não possuem acesso a esse material?
 Sei que estou indignada ao ler esse texto, pois a educação segunda a legislação brasileira  não era para todos?
-  E  por que essas crianças e adolescentes não tem acesso à educação em pleno século XXI?

Resultado de imagem para imagens de crianças fora da sala de aulaResultado de imagem para imagens de crianças fora da sala de aula



Várias são as situações, mas com certeza os mais atingidas são as populações que se encontram em mais vulnerabilidade, como: as negras, as indígenas, quilombolas, pobres, sob risco de violência, exploradas e com deficiências de aprendizagens. No texto, se identificava várias medidas que poderiam ser realizadas para reverter esse quadro como o aumento do número de escolas, escolas com acessibilidade para alunos com deficiência, reforma das escolas já existentes, transporte escolar, profissionais especialistas, valorização de seus profissionais docentes, enfim  situações demonstrando que é complexa a questão, entretanto o que os vários setores fazem na realidade é burocratizar ainda mais o conhecimento em prol de uma eficiência produtividade para o mercado. 
Sabemos que não são questões fáceis de serem respondidaS e de serem solucionadas, tanto que temos em nossa sala de aula uma diversidade muito grande de realidades e nós professores necessitamos ensina-los dentro destas incertezas. 
Mas afinal devemos prepara-los para o que? 
Foi quando me lembrei de uma passagem no livro do Paulo Freire, Por uma Pedagogia da pergunta, em que Antonio Faundez descrevia uma de suas férias escolares na qual ele trabalhava junto com uma família araucana e refletiu sobre qual seria o sentido e a importância do saber ler e fazer contas para aqueles camponeses? 
Sua conclusão naquele momento foi que a importância maior era o de lutar contra a injustiça e para isso teve que respeitar o cotidiano daquela realidade e a partir do entendimento das marcas culturais daquela família poder criar caminhos de mudanças, será que ai não está uma das respostas para os problemas encontrados atualmente, acharmos os caminhos contextualizados para que nossos alunos possam fazer as mudanças e desta forma poderem reorganizar a sociedade de uma forma mais justa.
"Na medida em que as massas não detêm o saber que o intelectual possui, elas não detêm o poder. E esse desprezo pelo saber popular afasta o intelectual das massas." (Freire, 1985)

“Saímos para o exterior, não para descobrir o segredo dos outros, mas para descobrir o segredo de nós mesmos.” (Mariátegui)

Fonte:
Retratos da exclusão - Revista Novaescola 
FREIRE, Paulo. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

Nenhum comentário:

Postar um comentário