Algumas semanas atrás veio aqui na minha casa uma grande amiga minha que é pedagoga e psicologa, mas atualmente não está atuando, pois esta aposentada e volta e meia ela traz para mim revista sobre assuntos referentes a área de educação, pois sabe que gosto muito de ler sobre isso e numa dessas revistas da Nova escola, me deparei com Série
Especial na qual se discutia os vários Retratos da Exclusão (fevereiro/2014),
neste texto o que mais me marcou foi que no Brasil temos 7,5% das crianças
entre 4 e 17 anos que não frequentam à escola. Isso significa que no país encontramos
um número aproximado de 3.366.299 de pessoas, conforme Pnad de 2012, que se
encontram fora da escola, aí fiquei me questionando sobre todos os assuntos abordados e estudados ao longo dos semestres que nós enquanto escola somos tão cobrados pela sociedade, onde precisamos nos aperfeiçoar ir em busca de de nosso objetivos se queremos continuar com a nossa profissão, e por que as autoridades do nosso país não fazem questão de ajudar mais as pessoas que também possuem sonhos e objetivos na vida.
- Será que as autoridades não possuem acesso a esse material?
Sei que estou indignada ao ler esse texto, pois a educação segunda a legislação brasileira não era para todos?
- E por que essas crianças
e adolescentes não tem acesso à educação em pleno século XXI?
Várias são as situações, mas com certeza os mais atingidas são as
populações que se encontram em mais vulnerabilidade, como: as negras, as
indígenas, quilombolas, pobres, sob risco de violência, exploradas e com
deficiências de aprendizagens. No texto, se identificava várias medidas que
poderiam ser realizadas para reverter esse quadro como o aumento do número de
escolas, escolas com acessibilidade para alunos com deficiência, reforma das
escolas já existentes, transporte escolar, profissionais especialistas,
valorização de seus profissionais docentes, enfim situações
demonstrando que é complexa a questão, entretanto o que os vários setores fazem
na realidade é burocratizar ainda mais o conhecimento em prol de uma eficiência
produtividade para o mercado.
Sabemos que não são questões fáceis de serem respondidaS e de serem
solucionadas, tanto que temos em nossa sala de aula uma diversidade muito
grande de realidades e nós professores necessitamos ensina-los dentro destas
incertezas.
Mas afinal devemos prepara-los para o que?
Foi quando me lembrei de uma passagem no livro do Paulo Freire, Por
uma Pedagogia da pergunta, em que Antonio Faundez descrevia uma de suas
férias escolares na qual ele trabalhava junto com uma família araucana e
refletiu sobre qual seria o sentido e a importância do saber ler e fazer contas
para aqueles camponeses?
Sua conclusão naquele momento foi que a importância maior era o de
lutar contra a injustiça e para isso teve que respeitar o cotidiano daquela
realidade e a partir do entendimento das marcas culturais daquela família poder
criar caminhos de mudanças, será que ai não está uma das respostas para os
problemas encontrados atualmente, acharmos os caminhos contextualizados para
que nossos alunos possam fazer as mudanças e desta forma poderem reorganizar a
sociedade de uma forma mais justa.
"Na medida em que as massas não detêm o saber que o
intelectual possui, elas não detêm o poder. E esse desprezo pelo saber popular
afasta o intelectual das massas." (Freire, 1985)
“Saímos para o exterior, não para descobrir o segredo dos outros,
mas para descobrir o segredo de nós mesmos.” (Mariátegui)
Fonte:
Retratos da exclusão - Revista Novaescola
FREIRE, Paulo. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
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