Que o
desenvolvimento humano ocorre em etapas não é novidade e que o grande
segredo para o sucesso da aprendizagem é equiparar o que será ensinado com
aquilo que a criança está apta a aprender todo mundo já discutiu. Então
porque encontramos uma preocupação excessiva em adiantar conteúdos
sobrecarregando cada vez mais as crianças, enchendo-as com conhecimentos
desnecessários e, muitas vezes, deixando de lado atividades que são base para
os futuros conteúdos? Essa necessidade de adiantar esses conteúdos vem da parte
dos pais, professores e escolas que levantam a bandeira que uma boa educação se
dá com a transmissão de muito conteúdo esquecendo-se que a verdadeira educação
prepara o aluno para a vida, seleciona os conteúdos que farão diferença no
cotidiano e formação desse aluno. Para isso mais do que selecionar os conteúdos
é necessário saber como ensiná-lo a criança diante dessa fase que se encontra.
Para
a construção do pensamento lógico-matemático a criança precisa manipular
objetos, a criança precisa contar tampinhas, pegar bolinhas, apertar
brinquedos, separar e agrupar antes de entender o que é quantidade, números e
ou sistema de medidas. Quanto mais estimulada a criança for nesse período
maiores e melhores serão formadas as relações futuras entre essa experiência e
os conteúdos apresentados.
Na
classificação de objetos a criança observa e agrupa objetos a partir das
características observadas (exemplo: o carrinho azul, o cachorro peludo, o
pintinho tem duas patas…) enquanto na seriação ela cria uma escala de tamanho
construindo a cada objeto que acrescenta, formando uma linha comparativa do
maior para o menor, do mais grosso ao mais fino e assim por diante.
Conforme
proposta da Interdisciplina, Representação do mundo pelas ciências naturais,
elaborei uma atividade envolvendo a classificação. Esta foi idealizada por mim,
e realizada pela aluna Nicole, de 10 anos de idade, do 4º ano do Ensino
Fundamental. O objetivo da atividade era classificar produtos ilustrados em
encartes de supermercados. No primeiro momento da atividade a criança
classificou os produtos (ilustrados) conforme o sua vontade, optando por uma
classificação conforme o gênero e utilidade dos produtos (alimentação, bazar,
limpeza e higiene).
Num
segundo momento a classificação adotada levou em conta a perecividade dos
produtos. Para finalizar a atividade questionei a menina sobre demais
possibilidades de classificação, diante da indagação ela imediatamente se
posicionou dizendo existir mais duas formas de classificar os produtos, pelos
preços e pelas cores da ilustração. Ainda lembrou que conforme a exigência e o
bom censo dos empacotadores de supermercado, muitos produtos não poderiam ser
colocados na mesma sacola, pois não eram do mesmo gênero.
Uma
ponderação interessante é citar a espontaneidade da criança com relação à
escolha do método classificatório, isso me fez refletir sobre a importância da
classificação na vida estudantil e no cotidiano de uma criança. Também ficou
explícito que esse processo apresenta-se, naturalmente, na vida dos seres
humanos, por isso a importância de se trabalhar em sala de aula.
Segue abaixo as fotos do momento de classificação.
Oi Tânia,
ResponderExcluirÓtimas reflexões sobre a atividade proposta!
Assim como na matemática, saber classificar é necessário para compreender diferentes áreas do conhecimento. Na ciências, fazer classificações auxilia na forma de estudar a realidade, de interrogá-la e de pensar sobre nossas hipóteses. Nesse contexto, as perguntas e as ações que as crianças realizam são interessantes e necessárias, pois são formas de conhecer o mundo.
Que relações é possível fazer desta experiência com seus alunos e o estudo das ciências naturais?
Abraço, Tutora Tais