Coruja

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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

CLASSIFICAR É FAZER CIÊNCIA?

Que o desenvolvimento humano ocorre em etapas não é novidade  e que o grande segredo para o sucesso da aprendizagem é equiparar o que será ensinado com aquilo que a criança está apta a aprender todo mundo já discutiu. Então porque  encontramos uma preocupação excessiva em adiantar conteúdos sobrecarregando cada vez mais as crianças, enchendo-as com conhecimentos desnecessários e, muitas vezes, deixando de lado atividades que são base para os futuros conteúdos? Essa necessidade de adiantar esses conteúdos vem da parte dos pais, professores e escolas que levantam a bandeira que uma boa educação se dá com a transmissão de muito conteúdo esquecendo-se que a verdadeira educação prepara o aluno para a vida, seleciona os conteúdos que farão diferença no cotidiano e formação desse aluno. Para isso mais do que selecionar os conteúdos é necessário saber como ensiná-lo a criança diante dessa fase que se encontra.
Para a construção do pensamento lógico-matemático a criança precisa manipular objetos, a criança precisa contar tampinhas, pegar bolinhas, apertar brinquedos, separar e agrupar antes de entender o que é quantidade, números e ou sistema de medidas. Quanto mais estimulada a criança for nesse período maiores e melhores serão formadas as relações futuras entre essa experiência e os conteúdos apresentados.
Na classificação de objetos a criança observa e agrupa objetos a partir das características observadas (exemplo: o carrinho azul, o cachorro peludo, o pintinho tem duas patas…) enquanto na seriação ela cria uma escala de tamanho construindo a cada objeto que acrescenta, formando uma linha comparativa do maior para o menor,  do  mais grosso ao mais fino e assim por diante.
Conforme proposta da Interdisciplina, Representação do mundo pelas ciências naturais, elaborei uma atividade envolvendo a classificação. Esta foi idealizada por mim, e realizada pela aluna Nicole, de 10 anos de idade, do 4º ano do Ensino Fundamental. O objetivo da atividade era classificar produtos ilustrados em encartes de supermercados. No primeiro momento da atividade a criança classificou os produtos (ilustrados) conforme o sua vontade, optando por uma classificação conforme o gênero e utilidade dos produtos (alimentação, bazar, limpeza e higiene).
Num segundo momento a classificação adotada levou em conta a perecividade dos produtos. Para finalizar a atividade questionei a menina sobre demais possibilidades de classificação, diante da indagação ela imediatamente se posicionou dizendo existir mais duas formas de classificar os produtos, pelos preços e pelas cores da ilustração. Ainda lembrou que conforme a exigência e o bom censo dos empacotadores de supermercado, muitos produtos não poderiam ser colocados na mesma sacola, pois não eram do mesmo gênero.

Uma ponderação interessante é citar a espontaneidade da criança com relação à escolha do método classificatório, isso me fez refletir sobre a importância da classificação na vida estudantil e no cotidiano de uma criança. Também ficou explícito que esse processo apresenta-se, naturalmente, na vida dos seres humanos, por isso a importância de se trabalhar em sala de aula.

                                Segue abaixo as fotos  do momento de classificação.




Um comentário:

  1. Oi Tânia,
    Ótimas reflexões sobre a atividade proposta!
    Assim como na matemática, saber classificar é necessário para compreender diferentes áreas do conhecimento. Na ciências, fazer classificações auxilia na forma de estudar a realidade, de interrogá-la e de pensar sobre nossas hipóteses. Nesse contexto, as perguntas e as ações que as crianças realizam são interessantes e necessárias, pois são formas de conhecer o mundo.
    Que relações é possível fazer desta experiência com seus alunos e o estudo das ciências naturais?
    Abraço, Tutora Tais

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