O filme foi muito bem conduzido e é uma ótima ferramenta
para ações de prevenção para professores. Ele aborda a vivência de três
professores: a professora com distúrbio vocal já instalado e em consulta
médica, o professor que se previne e cuida da voz e o outro que não
percebe os abusos que comete contra ela.
Facilmente qualquer professor pode se identificar com um dos
três personagens.
A primeira personagem, demorou 10 anos para procurar ajuda,
achando que todo sofrimento que passara era "normal" da profissão que
escolhera. Em sua primeira consulta após perder a voz em sala de aula por
excesso de trabalho ela recebeu orientação e encaminhamento para os
profissionais indicados para o tratamento - o médico otorrinolaringologista e o
fonoaudiólogo. O receio de se afastar da sala de aula ou trabalhar em outra
função ficam estampados em seu rosto através da angústia sobre futuro na
carreira docente.
O segundo,faz o papel do professor consciente, que faz
preparação vocal (aquecimento e desaquecimento vocal), escreve na lousa e só
depois começa a explicar o assunto; utiliza estratégias para chamar a atenção
dos alunos sem gritar e melhorar sua explanação com pausas, ênfases e
entonações no seu discurso, prendendo a atenção dos alunos para o assunto.
Aproveita momentos durante o banho e na escola antes de entrar em sala para
realizar exercícios vocais e toma cuidados como tomar goles de água durante
a explicação, assim como diminuir a velocidade do ventilador e fechar a porta
para reduzir os ruídos extraclasse que iriam competir com sua voz.
Já o terceiro, é o professor sem noção nenhuma de cuidado
com a voz, grita o tempo todo(sem perceber) tanto em sala de aula, quanto em
casa, o que provocou até problemas na dinâmica familiar. Além disso, comete
vários abusos como fumar, utilizar pastilhas, pigarrear e usar própolis para
aliviar seu esforço vocal. Em sala, ele escreve e fala ao mesmo tempo olhando
apenas para o quadro. Sem olhar para os alunos ele usa o mesmo tom de voz os
entediando com sua aula. Por fim, ele percebe com ajuda de sua esposa que
realmente está cometendo erros contra sua saúde e decide procurar ajuda no
Sindicato dos Professores onde existe um Programa de Saúde Vocal para estes
profissionais. Programa este que a maioria não procura deixando este momento
quando o quadro está muito adiantado(pode ser percebido pelo número pequeno de
professores na cena da palestra de orientação com a fonoaudióloga).
A frase que mais me chamou atenção e me fez refletir sobre minha prática docente foi citada pela
professora em consulta que relatou ao seu médico: "Minha voz é muito
mais que minha ferramenta de trabalho, minha voz é a minha vida".
Essa é a consciência que todo profissional da voz precisa
ter: querer se cuidar antes do problema chegar simplesmente por se amar, e amar
o que faz.
Refletindo sobre esse filme maravilhoso e trazendo ele para a prática, lancei um desafio na minha sala de aula com meus alunos realizei verbalmente um exercício onde eles relataram minhas praticas como docente o que eles gostam o que eles não gostam de fazer nas aulas.
Para mim foi um momento de muita aprendizagem com eles,pois cada um falou o que achava e eu obviamente não podia falar nada a não ser ouvir.
No final dessa atividade cheguei na conclusão com muita alegria que praticamente todos comentaram da hora do conto e das musicas, e me pedirem professora você para contar uma história você usa outras vozes ou tem alguém escondido que fala e canta também, fiquei impressionada e consegui entender por que eles gostam tanto da hora do conto e da musicas.
Como é bom brincar no bom sentido com o dom de voz.