O
multiculturalismo é a valorização da diversidade cultural que busca eliminar
preconceitos e estereótipos construídos historicamente, procurando formar uma
sociedade alicerçada no respeito e dignidade do outro com suas diferenças.
Portanto, é preciso pensar nas diferenças dentro de suas “diferenças”, e o
multiculturalismo abre espaço para refletir a complexidade e as divergências
classificatórias da atualidade. A proposta de uma educação
voltada para a diversidade coloca a todos nós, educadores, o grande desafio de
estar atentos às diferenças econômicas, sociais e raciais e de buscar o domínio
de um saber crítico que permita interpretá-las.
Talvez pensar o multiculturalismo
fosse um dos caminhos para combater os preconceitos e discriminações ligados à
raça, ao gênero, às deficiências, à idade e à cultura, constituindo assim uma
nova ideologia para uma sociedade como a nossa que é composta por diversas
etnias, nas quais as marcas como cor da pele, modos de falar, diversidade
religiosa, fazem a diferença em nossa sociedade. E essas marcas são definidoras
de mobilidade e posição social na nossa sociedade.
A realidade que enfrentamos hoje
é perversa. Olhamos crianças miseráveis perambulando pelas ruas das grandes
cidades, vemos pela TV e jornais o sofrimento de crianças afegãs, meninas sendo
prostituídas no Brasil e na Ásia e em outros países, massacres que transformam
a segurança dos poderosos em insegurança para todos nós. Ninguém exige
respostas para tantas desgraças, mas de todos nós exigem um comprometimento
pessoal por uma humanidade mais justa e solidária. Curiosamente sempre estamos
procurando um culpado por todos esses problemas. Além disso, podemos observar
no nosso cotidiano flagrantes e atitudes preconceituosas nos atos, gestos e
falas. E, como não poderia ser diferente, acontece o mesmo no ambiente escolar. Embora
saibamos que seja impossível uma escola igual para todos, acreditamos que seja
possível a construção de uma escola que reconheça que os alunos são diferentes,
que possuem uma cultura diversa e que repense o currículo, a partir da
realidade existente dentro de uma lógica de igualdade e de direitos sociais.
Assim, podemos deduzir que a exclusão escolar não está relacionada somente com
o fator econômico, ou seja, por ser um aluno de origem pobre, mas também pela
sua origem étnico-racial.
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